quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Refletindo sobre potencial educativo da Arte Digital


 

A Arte digital caracteriza-se primordialmente por ser um modo de expressão em que as tecnologias da informação e comunicação; as tecnologias digitais e a rede são  estruturantes da obra. Ou seja: os "aparatos tecnológicos" não são meras ferramentas, mas essência do processo poético.
Com a popularização da informática e suas potencialidades, percebe-se que a tecnologia digital traz consigo características essenciais que permitem  outra postura com o conhecimento, como a interatividade, a virtualidade, a interação e a participação, como fundantes da relação entre ser o humano e a máquina.
Assim a arte digital não simula o mundo, mas um novo mundo, através de códigos numéricos o recria em ambientes sensíveis e interativos e o veicula na rede. Por isso, a arte digital possibilita outra percepção que se diferencia de uma pintura estática ou um desenho digitalizado, por exemplo.  O conceito de arte digital é amplo e diverso – tal como tudo que envolve a contemporaneidade - e busca pautar-se no potencial que a tecnologia digital proporciona a processos de criação: na interação, na interatividade, na cooperação, na colaboração, na intervenção, gerando  autoria e co-autoria.

A digitalização e a disponibilização das dinâmicas artísticas na rede pressupõem caminhos labirínticos hipertextuais e uma percepção multimidiática do espaço. O hipertexto caracteriza-se como “uma teia de conexões com diversos textos” (Silva, 2001 p.14) e a multimídia é a mistura de diversas mídias: áudio, vídeo, texto, imagem. Para Silva (2001, p.15), o hipertexto apresenta-se como novo paradigma tecnológico que liberta o usuário da lógica unívoca, da lógica de distribuição, própria dos meios de comunicação de massa.
Da união do hipertexto com a multimídia surge o termo hipermídia, que se configura como uma dinâmica caótica, imprevisível e instável na rede. A distinção entre o hipertexto, a multimídia e a hipermídia na rede dissolve-se, bem como a noção de mídia, sendo o visual muitas vezes apresentando-se sonoro, o sonoro de forma textual e visual e assim por diante. Uma outra característica da hipermídia é em relação ao processo de interatividade que o hipertexto não dá conta apenas com as conexões textuais. A hipermídia apresenta-se em jogos, obras de artes e, inclusive, para a construção de projetos científicos–tecnológicos, simulando a realidade. Assim, a hipermídia é uma característica essencial no processo de aprendizagem, pois reproduz a singularidade dos sentidos do ser humano numa dinâmica dialógica e disponível ao mundo. Nesse sentido, a obra, na sua dimensão digital, é completamente diferente da analógica, no que diz respeito a conceitos, objetivos e interação com o público, pois tais tecnologias mudam drasticamente nossa relação com o conhecimento.
Para Lemos (2004), a digitalização do mundo vai afetar as relações entre a imagem e o objeto, entre o objeto e o sujeito, entre o sujeito e a natureza. Ele diz que essa digitalização vai atingir não só o campo imagético, mas também toda a cultura contemporânea, passando pela economia à publicidade, pela comunicação e o corpo. É tomando como referência o potencial comunicativo, sensível e dialógico da arte digital que podemos, a partir da sua associação ao processo de formação do indivíduo, torná-lo mais rico, onde a criatividade e a sensibilidade andem lado a lado com a autonomia e com a solidariedade. 

Referências citadas
LEMOS, André. Cibercultura: Alguns pontos para compreender a nossa época. In: LEMOS, André; CUNHA, Paulo (Orgs.). Olhares sobre a cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2003. p. 11-23.
____________. A arte Eletrônica na Cibercultura. Disponível em:< http://www.universia.com.br/html/materia/materia_fgej.htm > Acesso em: 09 jun.2007.
SILVA, Marcos. Sala de Aula Interativa. 2.ed Rio de Janeiro: Quartet, 2001.


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