sábado, 26 de novembro de 2011

Aula de arte, técnica e improviso




A improvisação, diante do contexto da educação brasileira, virou um tópico pedagógico, ou, um item a ser considerado em qualquer planejamento para ações educativas. Por isso,  para o acontecimento das aulas, improvisar é  imprescindível no processo. Além de todas as questões que permeiam no âmbito educacional no que diz respeito a recursos financeiros e pedagógicos, por incrível que pareça o ato de improvisar dá a ideia de poder, ou seja, é possível fazer muito com pouco. Ou fazer algo mesmo que seja pouco. Enfim, não deixar de fazer ou refletir sobre algo, porque não se tem um determinado recurso material.



Óbvio que há toda uma discussão em torno de recursos necessários para o processo de ensino/aprendizagem. A questão é que, apesar dos debates, reivindicações , para que a escola possua materiais, instrumentos pedagógicos etc. necessários para suas ações, sabemos que ainda não é uma realidade para a maioria do país. Então, nesse caso, não devemos improvisar? 

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Nas aulas de arte, a improvisação das ferramentas e ambientes, cenários e materiais faz dos encontros uma brincadeira divertida onde vale tudo, desde que seja criativo.
Esses momentos são importantes para o vivenciar da arte mediada pelas tecnologias, através dos instrumentos que estão ao alcance do grupo. Serve também para a ampliação das possibilidades de produção de arte, com as diferentes técnicas existentes, desde as artesanais, mesclando com as tecnológicas. A autora Ana Luíza R. Nunes  na obra "Trabalho, arte e educação" trata das questões que envolvem a técnica, o ensino das artes e tecnologias, para ela
  
As transformações que ocorrem na base técnica têm possibilitado o surgimento de novos tipos de produção artística e influenciando, mesmo que de forma tímida, os campos tradicionais. As inovações tecnológicas abrangem as interfaces da arte desde o cinema até a pintura com a descoberta de novos métodos, novos materiais e novas formas de energia, permitindo a emergência de novos ramos do conhecimento e a necessidade de integração dos já existentes ( 2003, p. 222).
   
Assim, a técnica tem papel primordial na obra artística, mediando os sentidos, possibilitando outros sentidos. A mistura, a investigação, a pesquisa no fazer artístico  são estruturantes do processo educativo. São essas bases que aguçarão a percepção e a criatividade.

Referência

 NUNES, Ana Luíza R. Trabalho, arte e educação: formação humana e prática pedagógica. Santa Maria:  Editoraufsm, 2003.

* as fotos são ilustrativas, das turmas das sextas-séries do Colégio Estadual Anita Canet em maio de 2011 nas aulas de artes.

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