Hoje, não há como negar que as tecnologias digitais e de rede promovem um sujeito com poder de difusão de suas próprias informações. Todos criam seus anúncios, tiram suas fotografias, fazem seus vídeos, e difundem sem a autorização de nenhum órgão regulador.
Mas a Internet promove mais que a necessidade de produção de informação e avalanche de posturas narcisistas e voyeur. Sendo a segunda praticada com mais requinte pela TV.
Sem atribuir juízo de valor, faz-se importante refletir sobre a influência imagética que os meios de comunicação tem sobre a cultura contemporânea.
Vivenciamos um processo de inversão de valores humanos, numa época em que o que vale é aparecer ou parecer algo, é que se faz pertinente a Escola encontrar o seu lugar de atuação social.
Vale lembrar que os meios de comunicação de massa assumem um papel perante a sociedade que deve ter a educação como fio condutor independente de sua vertente ideológica. As emissoras televisas devem fazer valer o seu compromisso social e avaliar melhor o que dispõe para o público e repensar seus formatos e linguagens para entretenimento que subestimam a inteligência do povo brasileiro.
Muitos dizem que a culpa da escola não ter uma boa atuação social está nos meios de comunicação e nas tecnologias da comunicação e informação, ou seja, será que se eliminássemos os satélites e todas as emissoras de rádio e tv, conseguiríamos fazer um trabalho pedagógico satisfatório?
Pelo contrário, faz-se coerente levar esses temas para a sala de aula. Sem preconceitos e sem deslumbramento. Nada é tão perfeito e nada é tão inútil. O que acontece é que esses aparatos estão em nossas vidas, com ou sem a nossa autorização.
É comum o questionamento interno do educador, sobre a escolha dos grupos a trabalhar as oficinas sobre arte na cibercultura. Será que existe idade para vivenciar tais experiencias? Mas, a resposta vem rápido. É na pré-adolescência, a importância de se refletir sobre a mídia. Que desde já eles entendam o processo de construção de imagens que irão para a tv. O trabalho deles não devem ter cunho profissional, mas experimental. Sobretudo faz-se importante desmistificar a idéia que apenas alguns podem vicenciar determinados processos artísticos. Todos tem potencial para tudo. Mas apenas se isso for de interesse. Se fizer sentido para o local. É preciso fugir da idéia que todos “tem que”. Até o senso critíco é uma escolha. Nada garante que crianças que vivenciarem uma oficina de criatividade, serão adultos críticos. Mas eles terão um diferencial dos outros. Tiveram a oportunidade de vivenciar, para tal escolha.
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