quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Arte Digital na escola - como meio e não um fim


Dentro das possibilidades de recursos da escola nem sempre é possível implementar práticas para experiência em arte digital, que se caracteriza pelo uso de tecnologias digitais em rede. Entretanto, a sua base filosófica fez-se de primordial importância para mediar os processos educativos do grupo diante das tecnologias que eles não tem acesso.

É importante, no processo de formação, ter contato com possibilidades diversas, pois quanto mais se oferecer subsídios, mais há chances de um sujeito criativo e flexível, aberto e ativo. Para Ostrower (1978, p.11) “a criatividade, como a entendemos, implica uma força crescente; ela se reabastece nos próprios processos através dos quais se realiza”, ou seja, é necessário estar todo o tempo num processo de nutrição da criatividade,  que, para o mesmo autor, constitui-se como uma “tensão psíquica, uma noção de renovação constante do potencial criador.”  O que significa dizer que o nosso intelecto está em eterna tensão em busca de elementos que sustentem a atividade criadora.

Assim, a proposta de arte da cibercultura, além do seu caráter libertário, possui o simples intuito de se fazer presente na vida dos sujeitos envolvidos. Presente, nem que por segundos, só para deixar registrada a existência de uma outra forma de expressão, que se diga de passagem, refere-se ao nosso tempo atual, que possibilita intervenções que sai da mera representação, que se apresenta ludicamente no ciberespaço, e propõe diálogos estéticos através da interatividade.

Seguindo essas premissas, as aulas devem ser encaminhadas, mesmo que a modalidade de arte digital não seja a mais significativa para o grupo. Para crianças, há o interesse pelas animações  quadro a quadro, pois apresentam-se como uma forma de expressão comum a vida das crianças, que assistem filmes, desenhos animados na TV, DVD. A produção desses pequenos filmes, gera o poder de ser produtor de roteiros, mesmo curtos, personagens, histórias. Significa desmistificar toda a elitização dos processos de produção de filmes, mesmo que de maneira rudimentar. No final das contas, eles tem noção como as coisas acontecem na TV. Que nada acontece por um acaso, tudo tem um porquê de ser mostrado. Eles podem vivenciar a manipulação de informação, através dos seus brinquedos. Visualizar num DVD esta produção. Experimentar o público da escola assistindo. Imaginar que no Japão alguém pode ver o seu filme na internet.

Porém, acontece então, que a arte digital, proposta no início como modalidade artística, pode perder seu significado, se não fizer sentido enquanto forma de expressão para um grupo que não tem acesso a computador e à internet.

A arte da cibercultura, que envolve a arte digital também, compartilha o potencial comunicativo e investigativo. Compartilha da manipulação do público através de imagens em movimento ou dispositivos dinâmicos. Essa arte digital que se propõe aberta, deve permear o trabalho, enquanto concepção, indicando que a arte não é só individual. Que a arte pode ser modificada pelo mundo em tempo real e que a arte é muito mais que um objeto bonito e decorativo. A arte da cibercultura é, sobretudo, dialógica. E o diálogo é uma das bases da boa educação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário