Pra quem gosta de experimentar técnicas em audiovisuais e efeitos multimídia nas criações, o livro “Roteiro para as novas Mídias – Do Cinema às Mídias interativas”de Vicente Gosciola é muito interessante, pois traz diversas reflexões sobre o tema do ponto de vista teórico e técnico.
O autor destrincha o termo Hipermídia tão falado e acho tão pouco compreensível, pois outras denominações são muito parecidas o que acaba nos confundindo.
Sobre esse aspecto o autor é enfático em toda obra, ele diz na página 24 que:
A hipermídia encontra, neste início de milênio, um campo para desenvolver-se e penetrar nos mais diversos meios de comunicação, como aconteceu com a TV. Essa verdadeira ficção e contaminação tecnológica e de linguagem, dada a convergência das tecnologias digitais, tem o poder reconhecido de acelerar os processos comunicacionais.
na página 32:
Hipermídia está para a obra com um nível de interatividade e um volume de documentos maior que a multimidia. Isso torna o trabalho de roteirização da hipermidia significativamente mais complexo.
...
É possivel antecipar uma conclusão de que a hipermídia seja mais aplicável em produções artísticas, de entretenimento e ficcionais do que a hipermídia e até mesmo mais que o hipertexto.
Hipermídia vai além da multimídia, por trazer ênfase na interatividade e acesso não-linear promovidos pelos links entre os conteúdos.
Durante todo o livro Dziga Vertov é lembrado entre outros artístas da arte do cinema.
Além de trazer diversos exemplos de obras hipermídias, sobretudo no cinema e nos games, o autor fala dos efeitos, das transições de cenas, do roteiro hipermidiático e do papel do roteirista e do designer para uma produção que permita ao usuário interagir e criar seus caminhos de compreensão e apreensão da informação ou conhecimento.
Passamos assim, a entender melhor os programas de manipulação audiovisual como o kdenlive e o movie maker por exemplo que se destinam a edição de vídeos, imagens e sons – tudo simultaneamente.
Vale a pena ler e experimentar, brincar com esses recursos, com outro olhar.
Para nós professores, entender as passadas de cenas, e o que sugere cada efeito, nos permite criar nas nossas oficinas de multimídia, animações, filmes, programas e stop motion, usando e abusando dos recursos, mas, de forma consciente entendendo os valores atribuídos numa determinada cultura.
Não, não penso que devamos seguir à risca aos significados de cada efeito e o que supostamente causam ao público, mas experimentarmos da forma convencional e também criarmos outros mecanismos subvertendo-os, que agucem a percepção de quem cria e de quem aprecia! Vamos tentar?
link para um resumo do livro:
http://galaxy.intercom.org.br:8180/dspace/bitstream/1904/17808/1/R1572-1.pdf
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