A afetividade tem ligação direta para o ato criativo. Para Duarte Júnior. (1996, p.52), os sentimentos têm primordial importância na atitude criadora. Para ele, “mesmo nos atos de criação filosófica e científica estão envolvidos sentimentos humanos – os valores e as emoções". Para o mesmo autor
o ato criativo, inclusive dá-se muito mais a nível do “sentir” do que do
“simbolizar”. Melhor dizendo: ao se criar, ocorre uma movimentação dos nossos
sentimentos que vão sendo confrontados, aproximados, fundidos, para
posteriormente serem simbolizados, transformados em formas que se ofereça, à
razão, ao pensamento (DUARTE JUNIOR., 1996, p.53).
Os sentimentos também dizem respeito ao significado especial que cada um dá ao objeto de aprendizagem, ao sentido que cada um dá a sua experiência estética, que deve ser pessoal. Por isso, não tem coerência a distribuição de moldes, a exigência de padrões formais e conceituais quando se trata de arte. A arte é, também, um encontro consigo mesmo, a expressão desse encontro através dos sentidos do nosso corpo, através das extensões desses sentidos.
A liberdade de decisão sobre a atuação do grupo dá a sensação de que estamos brincando. E, nada melhor que a ludicidade para a introdução de valores, a reflexão de posturas, a criação de condutas e o estímulo ao senso investigativo.
O processo artístico dentro da escola é também um processo científico, onde o saber, o entender fazem parte da manipulação estética.
A experiência é de primordial importância, pois, através dela, constrói-se o conhecimento. O conhecimento, por sua vez, não é um dado estático. O conhecimento é dinâmico e diferencia-se da informação que é oferecida passivamente como se fosse um pacote pronto e imutável. As tecnologias digitais mudam a relação do público com a informação, pois a passividade é uma opção.
Infelizmente, a postura do professor, hoje, ainda é similar a dos meios de comunicação demassa, que baseia-se na lógica de distribuição de conhecimento de um para todos. Ao contrário, o conhecimento não deve ser recebido, mas construído.
A construção desse conhecimento faz parte também de uma cadeia de interesses do grupo. É preciso fazer sentido para o sujeito em formação para que ele se mobilize a construir, criar, elaborar. É mais fácil a postura tradicional e mecanicista que entende o processo de formação, como um processo de adequação à sociedade, com seus padrões e leis voltadas para o mercado de trabalho. A adequação ao mercado de trabalho deve ter alguma importância. Mas é preciso mudar os moldes de adequação para interação, colaboração, cooperação.
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